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  • Foto do escritorLucas Carneiro de Oliveira

A beleza do inevitável




Nós vivemos em uma sociedade onde, na imensa maioria dos casos, a morte é enxergada como algo

pesado

triste

assustador


Mas afinal, como seria a vida se a morte não existisse?


Se ela não existisse, primeiro que não existiriam bebês, jovens ou velhos, todos teríamos uma mesma "idade".

Se fôssemos imortais não haveria a necessidade de nos alimentarmos, porque não precisaríamos ser nutridos por alimento.


Sem a morte não haveria a necessidade de procriação logo não haveria gêneros e nem mesmo a natureza haveria sentido necessidade em imputar em nós órgãos genitais ou mesmo hormônios que produzissem atração mútua, logo, não haveria relação sexual.

Isso tudo é um cenário impossível de ser imaginado porque o que nós entendemos como VIDA está intimamente conectado com a MORTE. Porque é ela, a vilã da maioria dos filmes, que na verdade propicia a VIDA.


Se não morrêssemos, como poderíamos ter evoluído para o que somos hoje? A geração seguinte sempre vêm melhor que a anterior, graças a esse processo de renovação contínuo que a MORTE proporciona.


Já percebeu que ocorre o mesmo com os seus celulares, tablets, notebook, televisores? Eles têm uma vida útil pré-estabelecida, para que quando se tornarem obsoletos abram espaço para o novo.


O mesmo ocorre com os nosso próprios processos individuais: relações amorosas, profissionais, faculdade, cidades em que moramos, até mesmo paradigmas e formas de enxergar o mundo. Tudo é um ciclo entre: nascimento (criação), vivência (manutenção) e morte (encerramento). Alguns processos são mais rápidos e quase que instantaneamente se renovam, outros demoram a vida toda e nos acompanham do primeiro ao último dia de vida.


Mas é fundamental percebermos esses ciclos, principalmente para saber a hora correta de simplesmente deixar que se encerrem, se não, parecemos aquela criança que toda hora coça o machucado e acaba tirando a casquinha do ferimento, fazendo com que ele nunca cicatrize e se feche. Afinal, até mesmo as feridas morrem (cicatrizam) e precisamos respeitar esses ciclos.


Logo, o que somos hoje devemos também à MORTE. Afinal seríamos um mundo muito entendiante sem comida, sem sexo, sem crianças, velhinhos, sem flores, sem VIDA, caso ela não existisse.


Isso pode ser assustador quando pensamos individualmente.

Porém, quando pensamos no todo, no coletivo, a morte pode ser algo lindo se fizermos parte um processo de evolução contínuo onde a Humanidade caminha para um lugar melhor.


Compreender a beleza da morte também envolve uma das maiores belezas da vida, a de entender a beleza e a poesia do inevitável.


A morte é a vida. E vice-versa.



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