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  • Foto do escritorLucas Carneiro de Oliveira

o tempo é relativo?

Começo o texto com a seguinte reflexão: quantas vezes, ao chegar na época das festas natalinas, aquele momento onde a ficha que o ano acabou cai, você já disse essa frase:


“Nossa já é dezembro? Como esse ano passou rápido...”


É final de ano e todos nos pegamos reflexivos. Fazemos balanço do que se foi e projeções para o que virá pela frente, mas vamos fazer um acordo: aproveitar justamente o início desse novo ano para que, quem sabe, no próximo fim de ano tenhamos uma percepção diferente e não precisemos utilizar essa frase novamente quando virarmos a 12ª folhinha.


“Ai ai, vamos lá, pelas minhas contas essa é bilionésima pessoa que diz isso…”


Primeiro ponto: já parou pra perceber que, na verdade, a nossa memória não consegue organizar TODO o nosso tempo de vida de uma forma coerente, para que possamos nos lembrar de tudo? Simplesmente não cabe.


Quer dizer, se ela pudesse se lembrar de cada vez que você apertou a descarga, cada vez que disse que se atrasaria cinco minutinhos e atrasou vinte, cada vez que abriu e fechou a geladeira sem pegar nada dentro dela, ou seja, se ela pudesse armazenar cada pequeno detalhezinho do nosso cotidiano, com certeza não teríamos essa percepção de que o ano voou.


Sentimos que o ano passou tão rápido porque não possuímos capacidade de armazenar tudo isso de uma forma que nos dê a devida noção de tempo, e a memória simplesmente exclui as suas atividades que foram feitas de maneira mecânica. Isso é, aquilo que você faz quase sem perceber, sem notar os detalhes, perceber os pormenores. E acho que nem seria interessante armazenar tudo isso, não é?


“Estou tão feliz! Me lembro de cada uma das 3.424 vezes que abri essa geladeira por nada!”


Esse raciocínio nos leva ao\/

Segundo ponto: Se você, todo fim de ano, sente que o ano passou voando, se questione: será que não estou levando a vida de uma forma mecânica? Será que não estou convivendo com meus amigos, interagindo no trabalho, namorando, transando, passeando com meu cachorro, praticando esportes, viajando, beijando na boca, jogando ping-pong, dando risada, fazendo o jantar da mesma forma mecânica com que abro a minha geladeira?


Se estiver, será muito natural que você viva com a sensação de que tudo passou muito rápido, sempre. Como alguém que só estendeu a mão para dar sinal ao ônibus que lhe servia depois que ele já havia passado.


“Era aquele, mas passou tão rápido”


Levando em consideração os dois pontos reforçados durante o texto, voltemos ao título:

O tempo é relativo?

Sim.

Ele é.

Acredite.

Ele é relativo pois a memória se lembra melhor (ou somente) de coisas que foram percebidas com riquezas de detalhes, que foram vivenciadas, apreciadas, curtidas, sentidas verdadeiramente. Logo, quando nos dedicamos a perceber de uma maneira mais ampla as nossas experiências, elas aumentam de TAMANHO, mesmo que o tempo do relógio seja o mesmo.


Viva esse novo ano de uma forma que, ao chegar nos últimos capítulos, você olhe pra trás e pense:

“Nossa, eu vivi duzentos anos dentro desse ano! Que coisa incrível!”


E uma das formas de conseguir isso é não fazer nada por fazer. Faça com tesão! QUALQUER COISA QUE VOCÊ FAÇA!

Uma bom 2020 para todos nós! ;)

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